O objetivo geral dos Estudos Hidrogeológicos da Região Centro-Norte do Estado do Tocantins, por meio da elaboração de mapa hidrogeológico, consiste em destacar, por aquífero, suas condições hidrogeológicas, vulnerabilidades, potencialidades, qualidade físico-química das águas subterrâneas e inventário dos poços.

Os objetivos específicos do trabalho são: (a) avaliar o estado da arte na hidrogeologia, geomorfologia, geologia, hidrologia, hidrogeoquímica, geofísica, estudos socioeconômicos, de uso e ocupação da terra na área de estudo; (b) realizar o cadastramento dos poços de captação de água, identificando, sempre que possível, informações de caráter construtivo, vazão de explotação, aquíferos captados, níveis estático e dinâmico, qualidade química e usos da água, tipo e capacidade da bomba instalada, regime de bombeamento e observar se o uso da água do poço está outorgado; (c) fornecer subsídios para a construção de poços futuros, conforme objetivos e áreas de localização, com melhor performance na relação custo/benefício; (d) delinear a distribuição espacial das diversas unidades estratigráficas com vistas à sua importância hidrogeológica relativa ao estado do Tocantins, identificando a potencialidade dos aquíferos; (e) estabelecer as disponibilidades e demandas das águas subterrâneas (situação atual da exploração de água subterrânea por aquífero) e projetar a demanda para 25 anos; (f) determinar as áreas críticas em termos de quantidade e/ou qualidade e aquelas de uso restrito (naturais ou antrópicos); (g) caracterizar hidroquimicamente as águas subterrâneas por aquífero, com base em análises químicas e em diagramas hidroquímicos específicos; (h) estabelecer as relações existentes entre as águas superficiais e subterrâneas (interação rio x aquífero); (i) obter séries de vazões dos rios na área de estudo e elaborar hidrogramas, após consistência das séries históricas disponíveis; (j) estimar as descargas de base (fluxos basais) através do balanço hídrico ou por meio da separação do fluxo de base nos hidrogramas, quando possível; (k) obter dados que sirvam de subsídio à análise de processos de outorga e licenciamento ambiental de empreendimentos que utilizem águas subterrâneas ou apresentem potencialidade de contaminá-las.

Os resultados do trabalho subsidiarão o Estado do Tocantins na elaboração de políticas públicas adequadas ao aproveitamento sustentável das águas subterrâneas da região objeto de estudo.

Coordenado pela Secretaria do Planejamento e Orçamento do Estado do Tocantins - SEPLAN-TO / Superintendencia de Planejamento Governamental / Diretoria de Gestão de Informações Territoriais e Socioeconômicas / Gerência de Zoneamento Territorial.

Elaborado pelo Consórcio Consórcio Sambaíba, formado pelas empresas COSTA Consultoria e Serviços Técnicos e Ambientais e OIKOS Pesquisa Aplicada Ltda., por meio do Contrato nº 04/2021, no âmbito do Projeto de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável.

A escolha da rede de monitoramento quali-quantitativo foi definida no termo de referência que norteou a execução do presente trabalho, devendo ser assim distribuídos: 70% dos poços no aquífero poroso (rochas sedimentares); 30% dos poços no aquífero fissural (rochas cristalinas); deste modo, os 124 poços cadastrados no campo, para efeito de análise estatística foram subdivididos em 87 poços com aquíferos porosos e 37 poços com aquífero fissural.

Para cada poço pré-selecionado a partir dos dois cadastros existentes: Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS), ligado à Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM), e Trhimil Tocantins Recursos Hídricos Minerais Ltda., foi efetuada uma averiguação de campo com preenchimento de uma Ficha Cadastral. Em cada poço foram preenchidos os dados locacionais, registrada as coordenadas geográficas e altitude com uso do GPS de navegação modelo Etrex da Garmin e em seguida foram medidos os dados de profundidade do nível estático e do nível dinâmico, rebaixamento e vazão.

Durante o bombeamento, foi retirada uma amostra de água na torneira existente na saída do poço e efetuadas as medições de Condutividade Elétrica e Sólidos Totais Dissolvidos, através de equipamento Portable E-1 TDS&EC meter e de um peagâmetro portátil AK90 da Akso.

O zoneamento de explotação considera os seguintes elementos: (1) Identificação da zona: através de uma letra maiúscula (A, B, C, etc...); quando um determinado aquífero ocorre em situação de livre e de confinado ou semiconfinado, são consideradas subzonas distintas com a mesma letra, e com índices numéricos específicos (exemplo B1 e B2); (2) Localização na área: principais municípios em que a zona está inserida; (3) Disposição regional: em faixa, em polígono, disposição irregular; (4) Aquífero, sistema aquífero ou uma sequência alternada de aquífero e aquitarde; (5) Situação do aquífero: livre, semiconfinado ou confinado; (6) Área total de ocorrência; (7) Espessura da camada aquífera; (8) Dados hidráulicos do poço: nível estático, vazão e rebaixamento; (9) Qualidade da água, representada pelo STD (sólidos totais dissolvidos); (10) Característica de poço recomendado; (11) Regime de bombeamento; (12) Espaçamento para poço existente ou para baterias de poços; (13) Vazão máxima diária a ser outorgada pelo órgão outorgante; (14) Apresentação da zona no mapa de zoneamento explotável.

O mapa de zoneamento explotável acusou as seguintes zonas (e subzonas):A (aquífero poroso Rio das Barreiras); B (subzona B1 do aquífero Corda confinado e B2 do aquífero Corda livre); C (subzona C1 do aquífero Sambaíba livre, C2 do aquífero Sambaíba confinado pelo basalto da F. Mosquito, e C3 do aquífero Sambaíba confinado pelo basalto e com cobertura do aquífero Corda); D (subzona D1 do sistema aquífero Poti/Piauí e D2 do sistema aquífero Poti/Piauí, confinado pelo aquitarde Pedra de Fogo); E (aquífero Urucuia); F (subzona F1 por uma faixa de aquíferos -Cabeças e Poti/Piauí - e F2 do aquífero Serra Grande confinado pelo aquitarde Pimenteiras); G (aquífero fissural).