Dado geoespacial vetorial temático da Base Cartográfica Digital Contínua do Estado do Tocantins. Integra a Base de Dados Geográficos do Estado do Tocantins.

A Base Cartográfica Digital Contínua do Estado do Tocantins foi gerada no âmbito do Projeto Geo-Tocantins, tendo sido produzida com objetivo de subsidiar a elaboração do Sistema de Licenciamento Ambiental de Propriedades Rurais, gerido pelo Instituto Natureza do Tocantins (NATURATINS), bem como a instrumentalização da gestão territorial no Estado, de responsabilidade da então Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente (SEPLAN).

Os objetivos específicos do trabalho foram: (a) montar uma base cartográfica de referência digital contínua no formato vetorial para todo o Estado do Tocantins e na projeção cartográfica Conforme de Lambert; (b) fornecer os arquivos digitais vetoriais nas projeções UTM e geográfica equivalentes as 127 cartas topográficas na escala 1:100.000; (c) fornecer os arquivos digitais vetoriais nas projeções UTM e geográfica equivalentes as 30 cartas topográficas na escala 1:250.000; (d) entregar os arquivos raster na projeção UTM gerados na escanerização e georrefenciados das 127 cartas topográficas na escala 1:100.000; (e) gerar mosaicos digitais de imagens de satélite Landsat/ETM+ do ano de 2002 para todo o Estado do Tocantins com resoluções de 15m e 30m; (f) mapear a cobertura da terra/desmatamento na escala 1:100.000, a partir da interpretação de imagens de satélite Landsat/ETM+ de 2002; (g) fornecer os arquivos digitais de imagens Landsat/ETM+ do ano de 2002 nas projeções UTM e geográfica, recortados do mosaico digital correspondentes as 127 cartas topográficas na escala 1:100.000 e as 30 cartas topográficas na escala 1:250.000; (h) estruturar uma base digital cartográfica de referência e de imagens de satélite, por meio de uma modelagem de dados espaciais e não espaciais, e seus relacionamentos; (i) confeccionar cartas-imagem do Estado do Tocantins (1:1.000.000), dos municípios (1:100.000) e das cartas topográficas (1:100.000 e 1:250.000); (j) elaborar relatório técnico final.

Por meio dos dados do mapeamento da cobertura vegetal e uso da terra do ano de 2002 do Estado do Tocantins, deverão ser gerados os produtos: (i) Desmatamento de 2002, também denominado “Marco Zero do Desmatamento”; e (ii) Dinâmica do Desmatamento da Região do Bico do Papagaio (Norte do Tocantins) 2000-2002.

Coordenado pelo Instituto Natureza do Tocantins - NATURATINS / Diretoria de Desenvolvimento Sustentável – DDS e Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente do Estado do Tocantins - SEPLAN-TO / Diretoria de Zoneamento Ecológico-Econômico - DZE.

Elaborado por Gempi - Gestão Empresarial e Informática Ltda. e Senografia Sensoriamento Remoto Ltda., por meio do Projeto de Licenciamento Ambiental da Propriedade Rural - LAPR, com apoio técnico-institucional da Secretaria de Coordenação da Amazônia - SCA do Ministério do Meio Ambiente - MMA, por meio do Projeto de Gestão Ambiental Integrada, no âmbito do Subprograma de Políticas de Recursos Naturais – SPRN do Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil - PPG-7.

Este dado vetorial é um elemento da Base Cartográfica Digital Contínua do Estado do Tocantins, gerada no âmbito do Projeto Geo-Tocantins.

No escopo do Projeto, além da base cartográfica de referência digital contínua, foram gerados base cartográfica de imagens orbitais Landsat/ETM+ de 2002, base cartográfica temática de cobertura e uso da terra e desmatamento, e uma série de cartas-imagem do Estado do Tocantins.

A Base Cartográfica Digital Contínua foi elaborada mediante vetorizações, ajustes, complementações, atualizações e integração dos 127 arquivos digitais das cartas topográficas e/ou fotolitos produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro (IBGE/DSG), na escala 1:100.000. Foram obtidos arquivos digitais vetoriais referentes às 30 cartas topográficas produzidas pelo IBGE/DSG, na escala 1:250.000, por meio da generalização da quantidade dos elementos e de suas formas, compatível para representação na escala 1:250.000, conforme métodos adotados pelo IBGE/DSG.

Os fotolitos relativos as 127 cartas topográficas foram scannerizados e georreferenciados em

formato digital pelo IBGE.

Os ajustes, as complementações e atualizações dos vetores foram efetuados com auxílio das imagens do satélite Landsat/ETM+ do ano de 2002, para corrigir problemas de descontinuidade de limites político-administrativos e atualização das principais vias de transporte e núcleos urbanos, dentre outros elementos. Para atualização de limites político-administrativos, unidades de conservação e área indígenas, foram utilizados os memoriais descritivos publicados nos diários oficiais da União e Estado ou obtidos oficialmente junto ao IBGE. A integração dos vetores foi efetuada através da utilização do sistema de projeção cartográfica Conforme de Lambert, com os seguintes parâmetros: Meridiano de Origem: -48º 00´; Paralelo de Origem: -10º 00´;1º Paralelo Padrão: -08º 30´; 2º Paralelo Padrão: -11º 30´; Datum: South American Datum 1969 (SAD 69). Este produto contém todas as formas de representações cartográficas e respectivas toponímias, oriundas tanto das cartas topográficas quanto aquelas inseridas, tais como: limites político-administrativos, unidades de conservação, áreas indígenas, dentre outros. Para as formas de representações cartográficas foram obedecidas as padronizações correspondentes à TOPO 100, TOPO 250 e CIM da Mapoteca Digital - MD do IBGE. No tocante a toponímia, as fontes e tamanho das letras utilizadas também seguiram a padronização estabelecida pelo IBGE.

A base cartográfica de referência digital contínua foi estruturada e desenvolvida em ambiente ESRI/ARCSDE e Oracle 8i/9i, segundo as especificações da MD do IBGE. Os arquivos gerados são compatíveis e foram exportados para os formatos PC ARC/Info e ArcView (shapefile).

A concepção do modelo obedeceu às especificações contidos na Mapoteca Topográfica Digital –MTD – versão 4.0 do IBGE.

Na elaboração da base cartográfica de imagens foram obtidos mosaicos digitais por meio do processamento digital e mosaicagem das 19 cenas Landsat/ETM+ (bandas ETM+1, 2, 3, 4, 5, 7 e 8). No processamento digital foram utilizadas técnicas de pré-processamento, ortorretificação e realce de imagens digitais. No pré-processamento executou-se a correção dos efeitos atmosféricos utilizando o método de subtração do pixel escuro. Na ortorretificação foram utilizados a base cartográfica e a coleta de no mínimo 255 pontos de controle distribuídos uniformemente em cada cena, assegurando um erro máximo de 1,5 “pixels” ou seja 45 metros. No realce foi utilizado o realce de contraste para melhorar a qualidade da imagem e a transformação IHS para a geração de imagem sintética colorida por meio da integração entre as bandas ETM+3, ETM+4, ETM+5 com a banda ETM+8. Todas as bandas ETM+ foram mosaicadas com resolução de 15 e 30m e geradas com e sem realce de contraste.

As cartas-imagem foram elaboradas a partir do mosaico da imagem sintética colorida (ETM+3, ETM+4, ETM+5 com a banda ETM+8) e dos arquivos digitais de imagens Landsat/ETM+ de 2002 por cartas topográficas. Contém representação de informações temáticas e topográficas. Foram confeccionadas para o Estado (escala 1:1.000.000), municípios (1:100.000) e cartas topográficas (escalas 1:100.000 e 1:250.000).

A base cartográfica temática de cobertura e uso da terra e desmatamento foi obtida por meio da interpretação de imagens Landsat7/ETM+ de 2002 e levantamentos de campo, com geração de bases vetoriais e mapas de cobertura e uso da terra nas escalas 100.000, 250.000 e 1.000.000, com recortes diversos e referência espacial contínua para o Estado do Tocantins.

Para a geração dos mapeamentos da cobertura vegetal e uso da terra, desmatamento para o Estado do Tocantins e dinâmica do desmatamento da região do Bico do Papagaio (Norte do Tocantins), foi desenvolvida uma legenda segundo uma hierarquia e uso de terminologias das classes de cobertura e uso da terra conforme o sistema de classificação do uso da terra e da cobertura vegetal com dados de sensores remotos de Anderson et al. (1979), dos manuais técnicos de uso da terra (IBGE, 1999) e da vegetação brasileira (IBGE, 1992), da classificação das fitofisionomias do bioma Cerrado de Ribeiro e Walter (1998) e de vegetação potencial (Seplan, 1999, 2000). Dessa forma, foi constituída a legenda generalizada em escala 1:1.000.000 (10 classes), detalhada em função das escalas dos mapeamentos solicitados - 1:250.000 (19 classes) e 1:100.000 (34 classes), incluindo associações de classes. No Estado do Tocantins foram mapeadas 111 categorias de Cobertura e Uso da Terra, representadas pelas categorias constantes na legenda e pelas “associações” (2 categorias), onde a categoria que aparece em primeiro plano, é a predominante.

A análise e interpretação das imagens de satélite por meio do programa ENVI subsidiou a elaboração de um plano de informação preliminar do mapeamento da cobertura e uso da terra.

O levantamento de dados no campo foi realizado no período de 13/07 a 09/08/2003, de duas formas: (a) vôos aéreos em três eixos: norte, centro e sul do Estado; e (b) roteiros terrestres em 23 rotas, cobrindo todo o Estado do Tocantins. Os pontos de campo visitados foram registrados com o auxílio de GPS, identificados por intermédio de numeração crescente e dotados de registro fotográfico, com descrição da paisagem registrada. Estas informações foram sistematizadas e utilizadas para subsidiar a elaboração da versão final do mapeamento da cobertura vegetal e uso da terra do ano de 2002.

No ambiente SIG, a tabulação realizada no mapeamento da cobertura e uso da terra com o perímetro dos 139 municípios, permitiu a quantificação das áreas e porcentagens para cada categoria mapeada por município (produção agrícola, pecuária e extrativa; cobertura vegetal e uso da terra).

O produto Desmatamento do Estado do Tocantins de 2002 – também denominado Marco Zero do Desmatamento - foi obtido mediante a reclassificação das classes antrópicas do plano de informação de cobertura vegetal e uso da terra de 2002. A quantificação do desmatamento foi realizada através do cruzamento (tabulação cruzada) de Vegetação Potencial (1996) com cobertura vegetal e uso da terra de 2002.

A Dinâmica de Desmatamento do período 2000-2002 na Região Norte do Estado do Tocantins, foi gerada por meio do cruzamento dos dados vetoriais de cobertura e uso da terra de 2000 do Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Tocantins (ITO et al., 2001a,b,c,d,e), com classes de cobertura uso da terra de 2002.