Gerado no escopo do trabalho de Elaboração de Cartas Climáticas do Estado do Tocantins.

Os serviços objetivam a sistematização, representação espacial, caracterização, cenarização e análise de informações climáticas no Estado do Tocantins em escalas temporais compatíveis com as atividades agrícolas (mensais, estacionais e anuais), gerando-se base de dados geoespacial, relatório analítico e mapas. Os objetivos específicos do trabalho são: (a) sistematizar dados, elaborar base de informações georreferenciadas e representar cartograficamente os elementos climáticos do Estado do Tocantins, segundo período anual e mensais, referentes a: regionalização climática; precipitação pluviométrica; excedente hídrico; deficiência hídrica; temperatura máxima do ar, temperatura média do ar; temperatura mínima do ar; umidade relativa do ar; evaporação; evapotranspiração de referência; insolação; nebulosidade; e radiação solar global;(b) gerar informações relativas ao início de duração de período de chuva, números de dias de chuva, índices de seca, e ocorrência de veranicos; (c) definir e analisar dados de intensidade, duração e frequência (IDF) de precipitações pluviométricas para os municípios de Araguatins, Darcinópolis, Tocantinópolis, Araguaína, Colinas do Tocantins, Pedro Afonso, Campos Lindos, Mateiros, Caseara, Pium, Lagoa da Confusão, Formoso do Araguaia, Gurupi, Peixe, Dianópolis, Natividade, Arraias, Paraíso do Tocantins, Porto Nacional e Palmas;(d) elaborar descrição de caráter técnico-científico com análise sobre clima no Tocantins, indicação dos principais elementos e fatores condicionantes, subsídio à atividade agrícolas, e apoio às atividades de licenciamento e monitoramento ambientais.

Os resultados do trabalho têm por finalidade subsidiar as diversas demandas por informações sobre elementos climáticos aplicados a gestão territorial no Estado do Tocantins, destacando-se a orientação, definição e execução das políticas agrícolas, a pesquisa agropecuária, a conservação e proteção ambiental, a orientação à implantação de infraestrutura, os licenciamentos ambientais de empreendimentos, os estudos acadêmicos, e investimentos privados.

Coordenado pela Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado do Tocantins - SEFAZ-TO / Superintendência de Planejamento Governamental / Diretoria de Gestão de Informações Territoriais e Socioeconômicas / Gerência de Zoneamento Territorial.

Executado pelo Consórcio formado pelas empresas CODEX REMOTE Ciências Espaciais e Imagens Digitais Ltda., GITEC BRASIL Consultoria Sócio-Ambiental Ltda. e GITEC-IGIP GMBH, por meio do contrato nº 45/2019/SEFAZ, no âmbito do Projeto de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável - PDRIS, financiado com recursos do Tesouro do Estado do Tocantins e do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (contrato de empréstimo nº 8.185-BR).

Gerado no escopo do trabalho de Elaboração de Cartas Climáticas do Estado do Tocantins. Integra o Produto 3. Cartas climáticas em escala 1:1.000.000. A metodologia utilizada baseou-se, inicialmente, na consulta aos dados já disponibilizados pelas instituições e órgãos oficiais geradores das informações, como INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e ANA (Agência Nacional de Águas), por meio do acesso aos seus bancos de dados, sistematizados ou não, disponibilizados em seus websites.

Para a análise climatológica, foi selecionado o período entre janeiro de 1990 e dezembro de 2019, resultando em 30 anos de dados válidos, estando de acordo com as recomendações da Organização Meteorológica Mundial para estabelecimento de dados climatológicos (WMO-N° 100, 2011). Já nas estações que não dispunham do total citado, foram consideradas aquelas em que as séries históricas contassem com dados válidos superiores a uma década, conforme sugere o edital do projeto. Com a devida definição e adequação do período, escolheu-se estações localizadas dentro dos limites geográficos do Estado do Tocantins, e aquelas além dos limites estaduais que se encontram até 165km.

Após as definições do período da série de dados e da distribuição espacial das estações meteorológicas, procedeu-se com a organização das planilhas, por variável e por estação meteorológica, eliminando-se as falhas de dados nas séries segundo normas estabelecidas pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o INMET.

O plano de informações temperatura média do ar foi constituído a partir de 45 estações convencionais meteorológicas do INMET, sendo 31 automáticas e 14 convencionais, em um período de 30 anos (1990 – 2019).

Após a obtenção dos dados brutos, originalmente submetidos apenas ao controle de qualidade dos órgãos coletores/gestores, estes foram inseridos em um banco de dados para tratamento e obtenção de valores médios mensais e anuais e de totais anuais desta variável. Em ambiente SIG, cada resultado foi associado geoespacialmente com a localização da respectiva estação, e as informações pontuais foram interpoladas no software ArcGIS 10.7, pelo método de krigagem, considerando o modelo semivariograma do tipo exponencial com a resolução de saída de 0,1 para a escala de 1:1.000.000, resultando na distribuição espacial das temperaturas para todo o Estado do Tocantins. Este método é amplamente empregado em variáveis climáticas que utilizam o dado tabulado e posição espacial/temporal para calcular interpolações (MIRANDA 2005). Afim de garantir um resultado final mais próximo da realidade, foi necessário analisar os valores de altitude de cada uma das estações meteorológicas e para cada metro de altitude, foram somados 0.0065 ºC. Este procedimento resultou em uma normalização, ao nível médio do mar, dos dados de temperatura obtidos em altitudes diferentes, permitindo, assim, que todos os dados trabalhados tivessem exatamente a mesma influência deste fator climático que é a altitude. Após este procedimento, os dados foram interpolados através do método krigagem, mostrando que os valores obtidos mascaram o posicionamento vertical das informações processadas, induzindo que todas as estações se encontram na mesma altitude, ou melhor, ao nível médio do mar

Na última etapa do processamento, para obter-se valores de temperatura ajustados a sua altitude original,o dado resultante do procedimento apresentado foi processado juntamente com o MDE (Modelo Digital de Elevação) do SRTM. Através desse cálculo direto, pixel a pixel, novos valores de temperatura foram gerados, pela aplicação de uma equação termodinâmica da atmosfera, utilizando parâmetros definidos para a Atmosfera Padrão ou International Standard Atmosphere (ISA). Esta atmosfera padrão é, portanto, um modelo especial da atmosfera estabelecido pela International Civil Aviation Organization, e por esse motivo também recebe a denominação de Atmosfera ICAO. Os processamentos aplicados possibilitaram um resultado final mais preciso do que os que seriam obtidos se os valores de temperatura fossem apenas interpolados, sem ajuste de altitude.

Por fim, foram obtidos mapas de Temperatura Média Mensal (um mapa para cada mês com a média mensal de 30 anos), de Temperatura Média Anual (um mapa para cada ano) e de Temperatura Média Total Anual (um mapa com a média de 30 anos).